Os primeiros passos da criança batizada são conduzidos por pais e padrinhos que têm a responsabilidade de ensiná-la a viver o Evangelho nas diversas esferas da sociedade. O bom êxito desse processo depende de pessoas amadurecidas na fé. 

Na edição passada o Encontro Semanal abriu a série de reportagens sobre os Sacramentos, esclarecendo as principais dúvidas sobre o Batismo de crianças. Nesta, apresentamos a responsabilidade dos pais e padrinhos. O tempo é oportuno para abordar o assunto, pois estamos na última semana da Quaresma que, segundo o papa Francisco “é um tempo para nos aproximarmos de Cristo, por meio da Palavra de Deus e dos Sacramentos”.

A responsabilidade de pais e padrinhos, sem dúvida, é um dos principais aspectos a serem observados na Iniciação Cristã. Trata-se de um ponto decisivo na formação cristã. A Igreja exige cuidados e bastante atenção, sobretudo porque a criança, ao receber o Batismo, ainda não tem consciência formada e precisa de pessoas maduras na fé para garantir o bom êxito da sua caminhada cristã.
Por carregar a responsabilidade maior de educar os filhos na fé, os pais precisam ter consciência de requisitos indispensáveis antes de escolherem os padrinhos dos batizandos. Não é critério escolher somente pela amizade, ou por ser uma pessoa de posses, ou ainda aquele que poderá dar muitos presentes ao afilhado.

Segundo o padre Aurélio Vinhadele de Siqueira, administrador paroquial da Paróquia Cristo Rei em Aparecida de Goiânia, os pais escolhem padrinhos por critérios muito pequenos. Ele comenta as orientações da Igreja nesse processo. “É necessário escolher pessoas que tenham uma vida cristã; que participem da Santa Missa; se casadas, que tenham o Sacramento do Matrimônio; que deem testemunho da fé não só na Igreja, mas na sociedade”. Pais que não levam a sério essas exigências correm o sério risco de pôr a perder o processo de formação cristã das crianças. “Como padrinhos podem dar algo que não têm, aquilo que não cultivam?”, questiona. É uma questão de coerência.

Perfil dos padrinhos

Todos os dias nos preparamos para um novo desafio, uma nova experiência, momentos especiais, para seguir os caminhos necessários a fim de alcançar determinado objetivo. Na vida cristã é a mesma coisa. As limitações e o pecado impedem que sejamos perfeitos, mas é possível aprender a ser padrinho ou madrinha zeloso com o decorrer do tempo. Por isso a Igreja faz algumas exigências fundamentais para que o padrinho ou madrinha possam auxiliar o batizando que será iniciado na fé.

Orientações na escolha de padrinhos

Que sejam batizados, crismados e tenham feito a Primeira Comunhão
Que participem ativamente da vida da comunidade
Que tenham retidão na vida social, profissional e familiar e sejam coerentes com o Evangelho
Se casados, que seja pelo Sacramento do Matrimônio

As exigências feitas pela própria Igreja levam alguns pais a questionarem os padres nas paróquias. De acordo com o padre Aurélio, as pessoas falam que o papa descarta burocracias, que prega uma Igreja mais aberta. Ele explica, no entanto, que é preciso interpretar com discernimento as palavras de Francisco. “Precisamos discernir à luz do Espírito Santo o que o Santo Padre fala, independente das nossas conveniências pessoais; como eu disse, escolher padrinhos sem caminhada de Igreja é comprometer a formação cristã”.

Tira Dúvidas 

Padrinhos de Consagração

É de pouco ou vago conhecimento a figura dos padrinhos de consagração para os batizados. Muitas pessoas falam de padrinhos de segundo grau, de menos importância. Mas a verdade é que eles podem ser tão importantes quanto os padrinhos de Sacramento. Depende dos critérios adotados para a sua escolha. “Os padrinhos de consagração são pessoas que têm a fé mariana, que cultivam o mínimo de intimidade com Nossa Senhora; ao escolher esses padrinhos, os pais estão entregando o filho aos cuidados de Maria”, explica padre Aurélio.

Pastoral do Batismo


A reportagem do Encontro Semanal participou de um momento formativo para pais e padrinhos, promovido pela Pastoral do Batismo da Paróquia Sagrada Família, na Vila Canaã. Na ocasião, cerca de 160 pessoas, participaram do curso que tem duração de três horas. No encontro, dividido em dois momentos, a Pastoral trata dos seguintes temas: Querigma (primeiro anúncio); amor de Deus; história da salvação; redenção através de Jesus; inserção na comunidade; importância da figura dos pais e padrinhos para o batizado e, no segundo momento, os Sacramentos, de modo especial o Batismo. “Explicamos que os primeiros cristãos eram adultos e a primeira condição para serem batizados era ter fé; no caso da criança, ela não tem fé ainda, por isso os pais e padrinhos precisam ter uma experiência viva com Deus que os possibilitem conduzir os afilhados no mesmo caminho”, explicou o coordenador da Pastoral, Rodrigo Goes.

Fausto Pinto Magalhães, também membro da Pastoral, enfatizou que o curso a princípio, seria somente para os pais, mas a formação acabou se estendendo aos padrinhos também. “Os pais sempre escolhem os padrinhos com bastante antecedência; é um erro, pois muitos são escolhidos a partir de critérios pessoais pautados na amizade; quando fazem o curso, se dão conta de que aquele padrinho não é a melhor opção, já que a Igreja tem critérios bem definidos; no fim cabe aos pais decidirem se aquele padrinho ou madrinha tem condições de dar sequência à caminhada cristã dos filhos”, esclarece. A Igreja vê com bons olhos os afilhados que têm os mesmos padrinhos no Batismo e na Crisma. Mas isso é assunto para outra reportagem.

Instruções do Código de Direito Canônico sobre a escolha de padrinhos

Cabe aos padrinhos ajudar o batizado a levar uma vida de acordo com o Batismo e a cumprir as obrigações inerentes a ele.

Conforme o Cânon 873, admite-se apenas um padrinho ou uma só madrinha, ou também um padrinho e uma madrinha. O Cânon 874 e seus cinco artigos são muito importantes para entender as exigências da Igreja. Para assumir o encargo de padrinho é necessário ser designado pelo próprio batizando ou por seus pais; tenha completado 16 anos de idade; seja católico, crismado, já tenha recebido o santíssimo Sacramento da Eucaristia e leve uma vida de acordo com a fé; não seja pai ou mãe do batizando; quem é batizado e pertence a uma comunidade eclesial não católica só seja admitido junto com um padrinho católico, e apenas como testemunha do Batismo.

Fotos: Caio Cézar



 “O poder espiritual dos Sacramentos é imenso”, segundo o papa Francisco. Cabe a nós conhecê-los para a melhor vivência da fé cristã. Nesta edição apresentamos alguns pontos importantes do Batismo, primeiro dos Sete Sacramentos, indispensável para responder à dimensão evangelizadora da Igreja.

Na edição do dia 8 de março, a capa do Encontro Semanal registrou que os Sacramentos são sinais visíveis da graça, base da vida cristã. Foram “instituídos pelo próprio Cristo, como sinal sensível para que através da graça recebida seja promovida a santificação do homem”. Nas palavras do papa Francisco, os Sacramentos são ainda “a manifestação da ternura e do amor do Pai por cada um de nós”.

Dando prosseguimento à série sobre os Sete Sacramentos, apresentamos a primeira de quatro reportagens sobre o Batismo, sempre com o objetivo de esclarecer tantas dúvidas que surgem no dia a dia da vida cristã.

Por que o Batismo é o primeiro dos Sete Sacramentos? Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), pela água as pessoas se tornam membros do Corpo de Cristo, Povo de Deus que é a Igreja. O CIC explica também que o ritual demonstra um rebaixamento humilde e de arrependimento, porque a pessoa desce à água com Jesus para subir novamente com ele, renascer da água e do Espírito para tornar-se, no Filho bem-amado do Pai e “viver em uma vida nova” (Rm 6,4).

O padre Luís González Quevedo Campo, SJ, 75 anos, explica por que o Batismo é porta de entrada para os demais Sacramentos. “Porque todos os Sacramentos supõem a fé e o Batismo é a primeira profissão de fé do adulto que se converte”.

Batismo de crianças

Mas por que a Igreja batiza crianças? A prática está registrada no Antigo Testamento; é uma tradição que se estende desde o século II. Na Igreja Apostólica, por exemplo, houve casos em que eram batizados todos os membros de uma família, sem excluir as crianças. “Um caso a se destacar é o de Lídia, comerciante de púrpura da cidade de Tiatira. O Senhor abriu o seu coração para que aceitasse as palavras de São Paulo. E, ‘após ter sido batizada, assim como toda a sua casa’ (At 16,15) convidou o apóstolo a hospedar-se”, cita padre Quevedo. Ao longo do tempo, deu-se continuidade à tradição de batizar crianças na fé dos pais e da Igreja com o esclarecimento de que cabe a estes se comprometerem a educá-las na mesma fé.

É errado, porém, afirmar que a Igreja prioriza o batismo de crianças. O Batismo não deve ser tido como uma imposição. O padre Quevedo alerta que a Igreja prioriza a fé e oferece o batismo. “A Igreja dá prioridade à fé, como resposta ao anúncio do Reino”. Segundo ele, “por mandato de Jesus, a Igreja deve priorizar a evangelização”. Diferente do que se pensa, explica o jesuíta, “o rito do Batismo de crianças dirige-se, prioritariamente, aos pais e padrinhos, que são os que manifestam sua fé e se comprometem a educar as crianças na fé da Igreja”. É importante enfatizar ainda que o Batismo é um Sacramento, que deve ser realizado na paróquia ou comunidade católica, e não apenas se constituir em um evento social ou político.

Tira dúvidas 

A partir desta edição abrimos um espaço para perguntas e respostas sobre o Sacramento do Batismo. O leitor pode encaminhar suas dúvidas para o E-mail encontrosemanal@gmail.com ou deixar na recepção da Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Goiânia, na Rua 10, Setor Central, atrás da Catedral Nossa Senhora Auxiliadora. Desta vez fazemos o primeiro questionamento que é respondido pelo padre Luís Quevedo.

A Igreja pode em alguma situação negar o Sacramento do Batismo?


Sim, quando conste que o candidato ao Batismo, adulto, não está disposto a assumir a fé católica, mas pede o Batismo apenas para obter vantagens políticas ou econômicas. Também, quando os pais e o padrinho ou a madrinha da criança apresentada ao Batismo não garantem a educação da mesma na fé católica. Pastoralmente, porém, não é aconselhável ser excessivamente rígido neste ponto. É preferível correr o risco de batizar quem não tem condições do que correr o risco contrário (excluir quem tem condições).

Instruções do Código de Direito Canônico sobre o Batismo de crianças

Alguns requisitos essenciais para o conhecimento da comunidade cristã estão prescritos no Código de Direito Canônico, a respeito o Batismo. Por exemplo, de acordo com o Cânon 842, Inciso 1, “Quem não recebeu o batismo não pode ser admitido validamente aos outros Sacramentos”. O Inciso 2 dispõe que “os Sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Santíssima Eucaristia acham-se de tal forma unidos entre si, que são indispensáveis para a plena iniciação cristã”. É considerado Batismo de crianças, ainda, canonicamente, o rito aplicado a crianças de até sete anos de idade. Aquelas que ultrapassaram essa idade são consideradas saídas da infância, conforme o Cânon 852. Se não foi batizada até os sete anos, por já possuir a razão formada, a Igreja orienta que a criança frequente os encontros de catequese para receber o Sacramento.



Números abusivos colocam Goiânia no ranking das cidades com o trânsito mais violento do Brasil. Amargamos 52 mortes no trânsito para cada grupo de 100 mil habitantes, quando a tolerância da Organização Mundial da Saúde (OMS) seria de 11 mortes. Nesse triste cenário, a educação e o respeito ao próximo são fundamentais para mudar a realidade. 
Respeitar o próximo: o primeiro passo a favor da paz no trânsito

Na sexta-feira (13), a Prefeitura Municipal de Goiânia lançou a Campanha “Seja Cristão também no trânsito”, com o slogan “Nós estamos unidos contra as mortes no trânsito e a favor da paz”. O esforço chega em momento mais que oportuno. De acordo com levantamento da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito, da capital, em 2014 houve 3.464 registros de lesão corporal no trânsito, com 285 homicídios, sendo 80 por atropelamento em vias públicas, calçadas e faixas de pedestres. Em 2015, já foram lavrados 42 autos de prisão em flagrante por crimes de trânsito e houve 40 homicídios.

Goiânia, que tem hoje 1,1 milhão de veículo automotores, lamentavelmente registra 52 mortes no trânsito para cada grupo de 100 mil habitantes, quando a tolerância da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 11 mortes. Diante desse cenário assustador, a Campanha “Seja Cristão também no trânsito” visa criar multiplicadores em educação para o trânsito, com o apoio das igrejas cristãs, no sentido de transmitir a relevância do cumprimento à legislação. “O respeito é o mote dessa campanha, por isso, a levamos para o âmbito religioso, para as igrejas, que têm como um dos Mandamentos da Lei de Deus o amor ao próximo, fator primordial na educação para o trânsito”, disse à nossa reportagem, o titular da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT), José Geraldo Freire.

As principais ações da campanha serão disseminar no meio religioso a compreensão do espaço do trânsito, enfatizando os cuidados na direção veicular; fomentar responsabilidades morais e legais que o direito de dirigir possui; capacitar a população quanto às normas de circulação, estacionamento e parada; relacionar o Código de Trânsito Brasileiro com os ensinamentos religiosos doutrinários; preparar crianças para um futuro melhor no trânsito, com teatros e palestras, no sentido de tê-los como incentivadores de bons atos da família no trânsito.

Renato Plácido da Costa, 28 anos, todos os dias utiliza o carro próprio para se deslocar de casa, no Setor Três Marias, na Região do Rio Formoso, até o local de trabalho, que fica na Vila Brasília. Bom condutor, ele está sempre atento a ajudar o próximo no trânsito. “Cada um fazendo sua parte e respeitando o outro, contribui para desenvolver a paz no trânsito”, declara o jovem que elogia a campanha. “É interessante trazer essa temática para a religião, porque colabora para a Igreja evangelizar além de seus muros e para criar a cultura da educação para um trânsito menos violento”.

O especialista em perícia em crimes de trânsito e coordenador da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) na Região Centro-Oeste, Antenor Pinheiro, diz que evocar a religião em uma campanha que objetiva a paz no trânsito é louvável, porque a Igreja também tem o seu papel a cumprir nesse aspecto da vida. Ressalta, porém, que a violência no trânsito está vinculada à cultura brasileira e que, por isso mesmo, o país carece de ações sistemáticas nas esferas municipal, estadual e nacional. “Cada esfera fala da sua forma sobre educação no trânsito, ou seja, não temos um sistema homogêneo que funciona; o Município fala uma coisa, o Estado outra, e o país uma terceira; não há política nacional de trânsito, problema que repercute em nossas cidades. Campanhas como essa precisam virar políticas pedagógicas articuladas que deem resultados”, alerta.

Visitas

As paróquias que tiverem o interesse de receber visitas dos servidores do Departamento de Educação para o Trânsito, da SMT, para discussão das propostas da campanha, podem entrar em contato com o órgão pelo telefone (62) 3524-1262. Esse trabalho tem o objetivo de ouvir a comunidade, direcionar o trabalho com a paróquia e otimizar as ações sugeridas. Neste link http://sinalverdeparaavida.com.br/#videos você assiste ao vídeo da Campanha “Seja Cristão também no Trânsito”, inclusive com a palavra do Arcebispo Metropolitano de Goiânia, Dom Washington Cruz.

Principais infrações no trânsito de Goiânia

De janeiro a novembro de 2014, a SMT registrou 731.744 infrações na capital. As cinco principais são:

1º - Transitar com velocidade superior à máxima permitida em até 20%, com 374.310 ocorrências;

2º - Transitar na faixa/pista da direita regulamentada para circulação exclusiva a determinados veículos, com 110.271 ocorrências;

3º - Avançar o sinal vermelho do semáforo/fiscalização eletrônica, com 65.441 ocorrências;

4º - Transitar com velocidade superior à máxima permitida em mais de 20% até 50%, com 49.533 ocorrências;

5º - Parar sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal (fiscalização eletrônica), com 40.464 ocorrências.

Os Dez Mandamentos do Motorista Católico

Em junho de 2007, a Santa Sé publicou os Dez Mandamentos do Motorista Católico. O decálogo foi adotado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Brasil, que estendeu as recomendações a todos os condutores brasileiros, independente de orientação religiosa.

I. Não matarás

II. A estrada seja para ti um instrumento de comunhão, não de danos mortais

III. Cortesia, correção e prudência ajudar-te-ão Cortesia, correção e prudência te ajudarão a superar os imprevistos

IV. Sê caridoso e ajuda o próximo em necessidade, especialmente se for vítima de um acidente

V. O automóvel não seja para ti expressão de poder, de domínio e ocasião de pecado

VI. Convence os jovens e os menos jovens a não conduzirem quando não estão em condições de o fazer

VII. Apoia as famílias das vítimas dos acidentes

VIII. Procura conciliar a vítima e o automobilista agressor, para que possam viver a experiência libertadora do perdão

IX. Na estrada, tutela a parte mais fraca

X. Sente-te responsável pelos outros

Fotos: Caio Cezr



Os sacramentos são intrínsecos à vida da Igreja e do cristão e foram instituídos pelo próprio Cristo, como um sinal sensível para que através da graça recebida seja promovida a santificação do homem. Os sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cristão, desde o seu nascimento, tornando semelhantes as etapas naturais da vida biológica e o desenvolver da vida espiritual. Assim, os sete sacramentos da Igreja são os de iniciação cristã (Batismo, Crisma – Confirmação, Eucaristia), os sacramentos de cura (Penitência e Unção dos Enfermos) e os que estão ao serviço da comunhão e da missão dos fiéis (Ordem e o Matrimônio).

O catecismo da Igreja ensina que “os sacramentos formam um organismo, no qual cada sacramento particular tem o seu lugar vital. Nesse organismo, a Eucaristia ocupa um lugar único, como ‘sacramento dos sacramentos’: todos os outros sacramentos estão ordenados para este, como para o seu fim”.

Venha a nós o vosso reino 

Os sacramentos da iniciação são a base da vida cristã. Como os pais ensinam e dão o alicerce para o filho ainda pequeno, assim também através desses sacramentos o cristão recebe amorosamente o que precisa para seus primeiros passos. Ainda criança o cristão já é inundado do Amor do Pai, nasce em sua vida espiritual para, por meio do Batismo, ser membro do seu Corpo de Cristo, parte da vida da Igreja. Na Eucaristia é recebido o alimento para toda vida cristã, receber o Corpo e o Sangue, ter o próprio Cristo vivendo em si, ela é a fonte e o ápice da vida cristã. Na Crisma acontece a confirmação da vida em Cristo, por Cristo e para Cristo. O catecismo afirma que ela é fundamental para a plenitude da graça batismal. Aqui já percebemos o sentido de organismo, pois os sacramentos não estão isolados um do outro.

Perdoai-nos as nossas ofensas e não nos deixei cair em tentação

Pelos sacramentos da iniciação, o cristão recebe a graça da vida em Cristo, mas ainda não está face a face com Ele. Na sua vida terrena, o ser humano está sujeito ao pecado, doenças e morte. Cristo vem ao encontro do homem, na sua infinita misericórdia, para curar e perdoar os pecados, trazer alento e força. Os sacramentos de cura, Penitência e Unção dos Enfermos, ensina o catecismo, encerram o desejo de Jesus de que a sua Igreja continue, com a força do Espírito Santo, a sua obra de cura e de salvação, mesmo para com os seus próprios membros.

Livrai-nos de todo mal

Ser cristão compreende seguir a Cristo, ser como Ele. Aos homens ele deixou o ensinamento de amar a Deus sobre todas as coisas e ao outro como a si mesmo. É dever e salvação se pôr a serviço do outro, pois o cristão encontra a Cristo no irmão. O catecismo apresenta os sacramentos da Ordem e do Matrimônio como ordenados para a salvação do outro e de si mesmo. Conferem uma missão particular na Igreja, e servem a edificação do povo de Deus.

Nas próximas edições do Encontro Semanal, vamos conhecer cada um dos Sacramentos, de forma mais aprofundada, para que seja possível, como cristãos,  contemplar o infinito amor do Pai. Deus oferece ao homem tudo o que ele necessita, mas é preciso se abrir à graça. Conhecer melhor a Igreja, os sacramentos, documentos, é fundamental para amar, pois só é possível amar, aquilo que se conhece, com que se tem intimidade.

Padre Warlen Maxwel explica que é não se pode dissociar a vida espiritual da realidade física humana cotidiana. Algumas pessoas julgam que os sacramentos se tornaram obsoletos, quando na verdade o que ocorre é que a pessoa descuidou-se  da espiritualidade, e como a vida seguiu sem muitos problemas, não os julgam necessários. O padre reafirma a importância da vivência dos sacramentos: “Eles são a força de Deus, a graça de Deus que atua na nossa vida, no nosso cotidiano, em todas as instâncias. Quem recebe o sacramento da iniciação, por exemplo, recebe os dons do Espírito Santo, para se tornar melhor e para ser sinal de Deus na vida dos outros. Eles  são  um modo, criado por Deus, para que vivamos de maneira a antecipar aqui na terra, o que viveremos no céu”.

Reportagem: Talita Salgado