Publicado na edição nº 2, ano 1, de 2006, da Revista da Língua Portuguesa, o texto “Ninguém segura a língua”, do ex-reitor da Universidade Federal do Paraná, o linguista Carlos Alberto Faraco, reflete sobre a riqueza da língua no que diz respeito à sua diversidade cultural, geográfica, social.

Faraco é autor de obras como “Linguística Histórica: uma introdução ao estudo da história das línguas” (Parábola Editorial) e “Português: língua e cultura” (Base Editora). Profundo conhecedor do tema, ele está sempre produzindo artigos para periódicos, capítulos de livros e publicações próprias sobre a língua portuguesa.

Em “Ninguém segura a língua”, o próprio título chama a atenção para as reflexões e pontos apresentados pelo autor: de que a língua tem regras, números de sons e palavras  finitos, mas número infinito de enunciados; em outras palavras, Faraco afirma que “a língua faz uso infinito de meios finitos”, por isso, ninguém segura a língua, porque ela tem inúmeras possibilidades e não para de evoluir . Usa o intertítulo “peixe ensaboado” para reforçar que por mais que queiramos, a língua está em constante mudança e sempre acaba deslizando de modo que não é possível tratá-la como uma “camisa-de-força”.

Os apontamentos de Carlos Alberto Faraco são esclarecedores e nos ajudam a entender que a língua é como qualquer ser vivo, não para jamais. O desenvolvimento, o aparecimento de novas palavras, gírias e expressões são incorporadas a todo o momento à língua, fato este que comprova que devemos acompanhar o seu enriquecimento.  O cuidado que devemos ter, contudo, conforme alerta no texto, é para não ficarmos à vontade demais achando que porque a língua evolui, devemos abandonar a norma culta ou a língua padrão.

TEXTO COMPLETO, NINGUÉM SEGURA A LÍNGUA




Não é de hoje que a Igreja no Brasil se preocupa com o tema “Renovação Paroquial”. Em 1962 foi implantado o chamado Plano de Emergência com o objetivo de revitalizar as paróquias. Dois anos depois, o tema da Campanha da Fraternidade seria “Igreja em renovação”, uma abordagem sobre o mesmo assunto. Outras campanhas vieram trazendo o mesmo enfoque e desde então, refletir sobre as comunidades formadas nas paróquias tornou-se constante.

Este ano, após dois longos anos de estudo, discussões, revisões e alterações, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o seu documento de número 100, “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, aprovado para publicação durante a 52ª Assembleia Geral, que aconteceu em Aparecida (SP) de 30 de abril a 9 de maio.

O texto é um trabalho árduo dos bispos do Brasil, voltado para as paróquias, bases para a ampliação e formação de pequenas comunidades de discípulos missionários convertidos pela Palavra de Deus. A Igreja, através desse documento, tem em mãos uma proposta-base de pensar e levar a cabo a formação de modelos sempre atuais de evangelização. A paróquia, nesse âmbito, é via indispensável para a urgência da vivência cristã em estado permanente de missão.

Dom Waldemar Passini, bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia, também acompanhou os estudos e o processo de elaboração do texto. O documento é importante, de acordo com ele, porque a paróquia é o ambiente onde se dá, de forma mais intensa, a vida da Igreja Católica.  “As pequenas comunidades oferecem um ambiente de acolhida calorosa aos membros, permitem que se estabeleçam novos processos de iniciação cristã, com maior conhecimento da doutrina cristã, valorizando a leitura orante da Palavra de Deus e outros momentos de oração, e abrindo-se ao serviço missionário mais articulado”, explicou.

Na visão do prelado, a Igreja sempre irá investir na paróquia, primeiro porque proporciona a proximidade dos membros das comunidades, conforme ele explicou e depois porque se trata de um modelo atual de evangelização. “O modelo paroquial é atual, desde que haja atenção aos apelos próprios de cada tempo. Onde há entusiasmo pelo Evangelho, disponibilidade para o serviço ao próximo, capacidade de acolhimento e de oferta da iniciação à vida cristã, podemos dizer que ali tempos paróquias atualizadas”.

Pároco em Cristianópolis e em São Miguel do Passa Quatro (GO), o padre Wenefredo Soares Filho, vê com bons olhos o novo documento sobre a renovação das paróquias lançado pelos bispos. Ele diz que é preciso observar a realidade de cada comunidade para a aplicação das propostas de conversão paroquial presentes no documento. A renovação paroquial se faz necessária através das “metodologias pastorais, da incitação à capacidade criativa dos presbíteros e dos leigos para encontrar novas respostas e soluções evangelizadoras”.

Concorda com o padre Wenefredo, o pároco da Paróquia Nossa Senhora Rosa Mística, do Setor Bueno, em Goiânia, o padre João de Bona. “Sem dúvida tornar a paróquia uma ‘comunidade de comunidades’ é o caminho exatamente para vencer o individualismo, o comodismo, e a falta de um engajamento maior dos próprios cristãos católicos na vida eclesial e também social e política”, disse.

O documento

Com 166 páginas, o documento 100 “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia” é composto de seis capítulos: sinais dos tempos e conversão pastoral; Palavra de Deus, vida e missão nas comunidades; surgimento da paróquia e sua evolução; comunidade paroquial; sujeitos e tarefas da conversão paroquial e proposições pastorais.

O capítulo 4, Comunidade Paroquial, explica a essência da comunidade cristã que, nascida no seio da paróquia e inspirada pelo Espírito Santo, tem significado particular. Essa singularidade faz dela, por exemplo, diferente de comunidades sociais ou políticas. Ressalta ainda que a paróquia é o espaço privilegiado da comunhão de pessoas.

Proposições pastorais é o último capítulo do documento. Apresenta pistas para a conversão paroquial, através de ações como acolhida e vida fraterna, iniciação à vida cristã, leitura orante da Palavra, liturgia e espiritualidade, incluindo  o funcionamento da paróquia, seus conselhos, organização e manutenção.

Visão do futuro padre

Seminarista do terceiro ano de teologia do Seminário Maior São João Maria Vianney, da Arquidiocese de Goiânia, Renato Eduardo da Silva, em breve também será pároco. Pelo caminho terá o desafio de trabalhar em comunidade e dar continuidade à missão de Jesus Cristo no núcleo paroquial. Sobre o documento, vê como uma proposta ousada de desenvolver “comunidades de fiéis católicos que vivem de Jesus, em torno da Palavra e da Eucaristia, numa dinâmica fundamentalmente fraterna e missionária”. Uma de suas preocupações é: “não cair no risco de implantar modelos próprios na paróquia”, já que “existem indicações para a organização paroquial, como o documento 100 da CNBB”.

A paróquia é feita de pessoas engajadas na sociedade

O modelo paroquial pensado para os desafios dos nossos dias, conforme Dom Waldemar, é aquele formado de “núcleos com maior presença junto às famílias nas ruas e nos hospitais, creches, além do comércio local”. Para dar certo, continuou explicando, “exige muita coordenação, mais contato pessoal, aproximação das situações particulares, levando a Boa Nova”. Sintetizando, isso quer dizer “uma paróquia orgânica, com a participação das pessoas com as devidas responsabilidades, mais orante, com a valorização da mística da unidade e da fraternidade”, sem deixar de lado os inseridos e engajados na Igreja, as pessoas afastadas por motivos diversos, e até mesmo aqueles que não acreditam em Deus.

O documento 100 pode ser adquirido em livrarias católicas presentes na Arquidiocese de Goiânia ou pela internet, no site das Edições CNBB www.edicoescnbb.com.br

Pontos fundamentais do documento

Análise da realidade paroquial
Reflexão histórica e teológica sobre a paróquia
Dimensão comunitária
Conversão paroquial e pastoral
Significado da paróquia



Imagine uma empresa conhecida mundialmente confeccionar um produto exclusivo para você. Foi isso que a Nike fez. Produziu um par de chuteiras para o artilheiro do Mundial da Fifa de Futebol 2014, Neymar Jr.

O calçado, em cor dourada, moldado aos seus pés e feitas sob medida para o craque, faz alusão ao sonho do então garoto de 12 anos de idade, em um dia calçar chuteiras douradas. Enquanto a oportunidade não chegava, ele jogava com chuteiras pintadas de dourado com spray. Foi a partir dessa história real que a Nike teve a brilhante ideia para atingir fãs, clientes e potenciais consumidores.

Para que a historinha do produto não passe despercebida, as palmilhas dos calçados ainda virão com um desenho de um spray. Neymar Jr. calça as chuteiras no próximo sábado, 28 de junho, no jogo pelas oitavas de final contra a seleção do Chile que acontece em Belo Horizonte (MG). Aos fãs do craque brasileiro, da marca Nike e do futebol, réplicas das chuteiras estarão no mercado pelo valor de R$ 1,2 mil.

Com o produto, a jogada de marketing toca diretamente no sentimento do jogador, agenda na mídia, durante o maior evento de futebol do mundo, o desconhecido sonho de criança de um dos maiores ídolos esportivos da atualidade no Brasil e, dependendo dos rumos da torneio, a Nike poderá ser uma das marcas mais lembradas pela ideia que parece simples, mas é grande pela ousadia e inteligência.



Povo de Deus a caminho


De 27 de junho a 6 de julho, acontece, em Trindade, a Romaria do Divino Pai Eterno, com o tema “Somos a Família do Pai Eterno”. E como em todos os anos, milhares de pessoas participam da festa, entre elas estão os romeiros. A palavra romaria é uma referência à cidade de Roma, onde se encontra a sede da Igreja Católica e, por esse motivo, é usada para designar as peregrinações de cunho católico. Romeiro, o que faz a romaria, é aquele que viaja para determinado local por devoção, para pagar promessas, pedir graças ou simplesmente agradecer.

No caso de Trindade, grande parte dos romeiros fazem o percurso de 18 km da Rodovia dos Romeiros a pé, mesmo os que vivem na própria cidade. Muitos vêm, há muitos anos, de muito longe. É o caso do Nelson José Lopes, que há mais de 10 anos sai de Inhumas-Go e faz todo o trajeto até Trindade com carro de boi. Segundo o carreiro, o que o move é a grande fé no Divino Pai Eterno: “Enquanto eu tiver vida e Deus me permitir virei à festa em louvor ao Pai” e como já é tradição, é grande a participação de romeiros que viajam em carros de boi.

O reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, Pe.Robson de Oliveira fala do sentido da romaria: “Neste tempo de Romaria anual, muitas pessoas vêm a Trindade expressar sua fé e amor na oração, louvor e súplica ao Divino Pai Eterno. É tempo de chegar à Casa do Pai com muita emoção. Essa é uma forma de proclamar e reavivar a fé do povo fundamentada no amor de Deus. É vivenciar a experiência de encontro com o Pai. Falamos de uma fé simples, porém forte, do povo de Deus, do romeiro, do peregrino, daquele que crê, confia e se entrega ao Pai Eterno.”

Muitos grupos se organizam no estado, no Brasil e no exterior para essa romaria, uma vez que se trata do maior evento religioso do Centro-Oeste, o segundo do Brasil e a maior festa do mundo dedicada ao Divino Pai Eterno.

Rumo à Casa do Pai... 


A Arquidiocese de Goiânia, este ano, realizará no dia 28 de junho, sua 11ª Romaria Arquidiocesana ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno. Todos os fiéis são convidados a estar junto com o Arcebispo Dom Washington Cruz nessa peregrinação a Trindade, momento de encontro entre os fiéis de diversas paróquias e comunidades. A saída será às 15 horas, do trevo da GO-060, saída de Goiânia para Trindade, onde Dom Washington dará a bênção de envio a todos os fiéis, que seguirão em oração, animados por cânticos. A chegada à Basílica está prevista para as 19h30, quando o arcebispo presidirá o segundo dia da Novena Solene, com a participação de todos os fiéis dos vicariatos e demais romeiros presentes.

Na chegada...


Segundo o personal trainner Josemar Luiz ao chegar a Trindade, o romeiro, deve dar uma pausa para descanso, alongar-se e se alimentar,  optando por carboidratos e proteínas. O consumo de isotônicos ajuda a repor os líquidos e sais minerais perdidos com o suor. Se o desejo é ir a uma celebração, o ideal é programar que a caminhada seja concluída um pouco antes do horário da missa, para ter o tempo de descanso. 

Dicas a todos os romeiros 


  • - A caminhada deve sempre começar e terminar com alongamento, principalmente,  de  panturrilhas, coxas, posterior de pernas e lombar. 
  • - A hidratação deve ser contínua, com pequenos goles de água durante todo o trajeto.
  • - Estabelecer um ritmo: para maioria das pessoas, caminhada lenta, com paradas para descanso, pelo menos a cada 1 hora.
  • - Usar roupas leves e confortáveis, adequadas para caminhar, de preferência um bom tênis com amortecedor e meias para evitar calos.
  • - Evitar caminhar nos horários de sol forte (entre 10h e 16h) e usar sempre protetor solar.
  •   Fonte: Maiana Duarte - fisioterapeuta

Dicas de segurança Polícia Militar/Civil


  • - Evite andar com bolsas, relógios, celulares, joias e elevadas quantias em dinheiro;
  • - Tenha sempre o nome e o número de telefone de alguém que você conheça para um caso de necessidade;
  • - Evite ficar dentro de veículos, principalmente à noite, e em lugares de pouco movimento;
  • - Procure andar sempre acompanhado. Circule por vias movimentadas e iluminadas;
  • - Em caso de assalto, nunca reaja;
  • - Evite usar caixas eletrônicos à noite. Ao sacar dinheiro, faça-o de forma discreta, guardando os valores com cuidado e segurança;
  • - Em caso de doação, procure uma instituição credenciada. Evite fazer doações, especialmente em dinheiro, a mendigos e pedintes;
  • - Não abra a carteira ou a bolsa na frente de estranhos;
  • - Ao sair sozinho, procure sempre ficar no centro da calçada e na direção contrária ao trânsito. Assim, fica mais fácil perceber a aproximação de um veículo suspeito;
  • - Não deixe de comunicar a presença de pessoas suspeitas à polícia; 
  • - Ao retornar para casa ou hospedaria, não entre caso perceba algum sinal estranho, como porta aberta e luzes acesas. Acione a polícia.


Telefones úteis

Polícia Militar: 190
Corpo de bombeiros: 193
Polícia Civil: 3205 1137
AMT: 3505 1556
SAMU: 192

Mais informações:http://romaria.paieterno.com.br


Reportagem: Talita Salgado




Encontrei, ontem à noite, 17 de junho, em um lugar bastante movimentado de Goiânia, 200 reais e devolvi à dona. No momento da entrega do dinheiro você fica meio que Whoopi Goldberg (Oda Mae Brown) do filme Ghost – do outro lado da vida (1990), na cena em que ela entrega uma fortuna para uma dupla de freiras que pediam ofertas para ações de caridade, em uma movimentada Avenida de Nova York (EUA). Depois, particularmente, eu me senti com a sensação de dever cumprido. Na cena do filme, a personagem Brown teve um sentimento diferente, já que a grana não pertencia às freiras. E você, o que faria?




Eu sei que não era um filho, mas era o nosso cachorro. Amávamos demais ele e ainda amamos. Não se pode questionar quando amamos algo, independente do que ele seja ou será. O importante é como ele nos fazia felizes e como era um cachorro inteligente, amigo, companheiro, fiel e muito amável.

Sempre gostei de animais, e passei a amar mais ainda depois do meu negão lindo, François Pienaar. Este era o nome dele, do meu lindão, labrador,um ano e oito meses e 12 dias.... ele amava tomar banho, correr com a gente; amava ficar perto de mim quando eu estava na pia lavando louças; estava sempre ao meu lado. Se eu ia pro quarto, ele ia atrás, se eu sentava no sofá, ele queria sentar do meu lado também. Quando corríamos, mesmo ele vendo outros cachorros, ele não me deixava: continuava ao meu lado, correndo comigo.

Em Brasília, havia uma janela em nosso quarto com acesso a um beco. E só pelo fato de ele saber que dormíamos ali, ele deixava o lugarzinho dele, pra dormir no beco e ficar perto da gente... sentia ciúmes demais de mim, até quando o meu esposo, Fúlvio, me abraçava, ele queria sempre me defender. Isso era admirável demais. Infelizmente aconteceu uma fatalidade e meu negão lindo morreu hoje, dia 17 de junho de 2014 e estou muito triste, muito mesmo. Ele ficou no Maranhão, na cidade de Grajaú, enquanto eu e meu esposo moramos, atualmente, em Goiânia (GO). E saber por telefone que ele morreu, estando muito longe, dói mais ainda. Te amarei para sempre lindo da mamãe.

Colaboradora: Raimunda de Araújo Silva


Ônibus incendiados, saques a lojas, e tantas outras ações não podem ser comparados ao roubo que sofremos todos os dias pelos políticos corruptos. O quebra-quebra é o que tem chamado a atenção do mundo e a culpa é dos políticos. Protesto pacífico acontece em qualquer lugar e não dá em nada, diga-se de passagem. As lojas quebradas, a sua maioria, são bancos, os mesmos que têm filas infinitas quando precisamos deles e que ganham fortunas com o dinheiro dos pobres, todos os dias. Por que investir em um sistema que facilita a vida dos cidadãos não é a preocupação deles. Mas nós preferimos acusar os black blocs de malandros e bandidos, enquanto continuamos a votar nos verdadeiros responsáveis pelo afundamento do país.

Os problemas sempre existirão, sim, mas então devemos ficar calados por isso? E ainda lamentar a atitude daqueles que tiram suas "bundas" dos sofás para ir às ruas lutar pelos nossos direitos? Sinceramente. A vida de muita gente é prejudicada a partir do momento em que precisamos do transporte público e esperamos 40 minutos até um ônibus passar; quando vamos ao posto de saúde e não encontramos médicos; quando o lixo apodrece na porta de casa. E não por queimarem ou quebrarem (uma vez na vida) isso ou aquilo.

Diante dessa reflexão, quem prejudica a população? Os corruptos no poder ou os quebradores/protestantes de plantão? Quem, portanto, está quebrando quem nessa história sem fim? É preciso ressaltar sobre isso, que antes dos protestos de junho de 2013, os brasileiros sempre foram acusados de pacíficos diante da corrupção instalada permanentemente no país, enquanto exaltava-se as formas de protesto espalhadas no exterior.

Sobre assistir ou não à Copa, eu particularmente assisto e gosto muito, mas isso não quer dizer que eu não esteja envergonhado de ver o Estádio "Itaquerão" e tantos outros malfeitos, construídos às pressas, e que, justamente por isso teve várias vidas de trabalhadores inocentes tiradas de suas famílias.
























Nosso país está cheio de problemas recebendo turistas do mundo. Não que outros países sejam ausentes de problemas sociais, mas nós, que estamos sediando um evento de proporções mundiais, não conseguimos fazer o dever de casa, como tanto garantiu Dilma e companheiros. A verdadeira revolução, no entanto, não tem jeito, deve vir das urnas e das ruas.




Cristo Vivo da Eucaristia

Corpus Christi, expressão latina que significa Corpo de Cristo, é o nome da Solenidade que celebra o mistério de Cristo vivo na Santa Eucaristia

A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo sempre é celebrada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, em alusão à Quinta-feira Santa quando Jesus se reuniu com seus Apóstolos para Última Ceia. Lá Ele partiu o pão e deu a seus discípulos e disse: “Isto é o meu Corpo... depois,  ao fim da ceia, ergueu o Cálice dizendo: Este é o cálice de meu sangue...”. Este ato é repetido hoje pelos sacerdotes durante as missas, no momento da consagração, em que ocorre a transubstanciação, isto é, quando as substâncias do pão e vinho (neste caso, a hóstia e o vinho) se transformam no Corpo e Sangue de Cristo.

A celebração de Corpus Christi consta de Missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. Durante a Missa, o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. A Hóstia consagrada, que será adorada no ostensório ao longo da procissão, é o próprio Cristo vivo no coração de Sua Igreja, no meio da comunidade.

Preparar o caminho para o Senhor passar...

O costume de confeccionar tapetes para enfeitar as ruas por onde a procissão com o Santíssimo
Sacramento vai passar acontece, em Goiânia, desde que a celebração passou a ser arquidiocesana. A partir das 6 horas do dia 19, a Agência Municipal de Trânsito (AMT) fará o isolamento das pistas do trajeto da procissão. Os fiéis podem começar os trabalhos a partir das 7 horas, com serragens, papéis coloridos, moldes e diversos materiais, que deverão trazer para criar desenhos no chão no trajeto que começa na Praça Cívica, passa pela Av. Araguaia e Rua 2, subindo a Av. Tocantins até retornar à praça. A divisão das tarefas será feita por vicariatos que terão, por sua vez, um coordenador para auxiliar na organização. A coordenação geral é do padre Rodrigo de Castro, coordenador pastoral da Arquidiocese. Todos os fiéis são convidados a participar deste momento de encontro e partilha e preparar, juntos, o caminho para Cristo. Este costume da piedade popular foi trazido para o Brasil pelos portugueses e começou na cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais. O trajeto enfeitado faz alusão à entrada de Jesus em Jerusalém, onde as pessoas receberam Jesus, colocando ramos de oliveira para que ele pisasse. Hoje o ostensório, com a Hóstia consagrada, Cristo Vivo, é carregado pelo sacerdote, que passa sobre os tapetes. Só então fiéis podem pisar sobre eles, seguindo os passos de Cristo.

Professar a mesma fé, sermos um em Cristo

Participar da celebração de Corpus Christi tem significado profundo na vivência da vida cristã, como explica padre Luiz Henrique, responsável pelo Centro Vocacional Arquidiocesano: ”Uma vez que é a celebração pública do Corpo de Cristo, esta solenidade e a participação dela por parte dos fiéis têm pelo menos duas grandes importâncias. A primeira é que a Igreja faz uma confissão de fé, pois a participação na Missa e na procissão é um modo de dizer: “Cremos que Jesus está vivo e presente no meio de nós na Eucaristia; cremos que o pão e o vinho consagrados são o Corpo e o Sangue de Jesus”. A segunda importância é que o Corpo Eucarístico de Cristo constrói a unidade do Corpo de Cristo que é a Igreja, de modo que celebrar e participar da Solenidade é a ocasião de a comunidade cristã de nossa Arquidiocese consolidar os laços de unidade que nos unem no mesmo corpo que é a Igreja, através da comunhão do mesmo Corpo de Jesus na Eucaristia. Por isso, todos os fiéis são movidos a participarem desta festa da fé e da unidade da nossa Igreja arquidiocesana com fervor e disponibilidade.”

Celebrar como irmãos, fora do templo, no ritmo diário de nossas vidas!




Este ano a Arquidiocese convida os fiéis a se prepararem para Corpus Christi, por meio de quatro encontros de oração e reflexão, organizados com a dinâmica do Ofício Divino das Comunidades, seguindo um livreto especial, que acompanha CD com roteiro de músicas. Segundo padre Rodrigo de Castro, é um momento fundamental de celebrar como irmãos: “Eis a nossa Missão! Falar da Eucaristia, partilhar a experiência de sermos pessoas Eucarísticas como nos ensina São João Crisóstomo, consanguíneos e concorpóreos!

Que o Corpo e o Sangue Dele corra em nosso corpo e em nosso sangue, e nos torne Comunidade um para ou outro, vivendo a experiência da Partilha, da Comunhão e da Unidade!” Ainda dá tempo de fazer essa preparação, buscar orientações nas paróquias, reunir-se com grupos, amigos e família.

SAIBA MAIS...

História

A "Fête Dieu" (Festa de Deus), como inicialmente foi chamada a Festa de Corpus Christi, começou na paróquia de Saint Martin em Liége, em 1230/ 1193, onde vivia a belga, Juliana, freira agostiniana, do convento de Mont Cornillon, na periferia de Liége. Aos 17 anos ela começou a ter visões com a sagrada eucaristia, que se seguiram por anos, até que em 1230 confidenciou esse segredo ao arcediago de Liége, que viria a ser o Papa Urbano IV(1261-1264). Entre as visões que ela revelou a que ganhou maior notoriedade é a que ela via um disco lunar, como uma lua cheia, dentro do qual havia uma parte escura. Isto foi interpretado como sendo uma ausência de uma festa eucarística no calendário litúrgico. Então, Papa Urbano IV através da Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264 institui a festa do Corpus Christi com a tríplice finalidade: honrar Jesus Cristo, pedir perdão a Jesus e protestar contra aqueles que negavam a presença de Deus na hóstia sagrada.

Em 1983, o novo Código de Direito Canônico no cânon 944, mantém a obrigação de se manifestar “o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia” e, onde for possível, “haja procissão pelas vias públicas”.

O sacramento da Eucaristia

Santo Tomás de Aquino, o chamado doutor angélico, destacava três aspectos teológicos centrais do sacramento da Eucaristia. Primeiro, a Eucaristia faz o memorial de Jesus Cristo, que passou no meio dos homens fazendo o bem (passado). Depois, a Eucaristia celebra a unidade fundamental entre Cristo com Sua Igreja e com todos os homens de boa vontade (presente). Enfim, a Eucaristia prefigura nossa união definitiva e plena com Cristo, no Reino dos Céus (futuro). A Igreja, ao celebrar este mistério, revive estas três dimensões do sacramento.

Reportagem: Talita Salgado



Numa extensa entrevista à revista Rolling Stone, em março, Bill Gates mostrou sua visão sobre temas que vão de Edward Snowden à energia nuclear. Confira sete coisas que ele disse:

1 Zuckerberg acertou ao comprar o WhatsApp

Gates aprovou a decisão de Mark Zuckerberg de comprar o WhatsApp por 19 bilhões de dólares: “Acho que sua agressividade é sábia – ainda que o preço esteja acima do que eu esperaria. Isso mostra que bases de usuários são extremamente valiosas.” Em outro momento, ele diz: “A Microsoft também desejaria comprá-lo... não sei se por 19 bilhões de dólares, mas a empresa é extremamente valiosa.”

2 Zuckerberg tem mais foco nos produtos

Gates diz que ele, Mark Zuckerberg e Steve Jobs tinham maneiras diferentes de desenvolver um novo produto: “Eu começo com a arquitetura, Mark começa com os produtos e Steve Jobs começava com a estética.”

3 Jobs disse que o Mac seria um PC de 500 dólares

“Éramos parceiros próximos no desenvolvimento do software para o Mac original. Isso foi algo impressionante, porque tínhamos mais gente trabalhando nele do que a Apple tinha. Mas éramos muito ingênuos. Steve nos prometeu que aquilo seria uma máquina de 499 dólares. E a próxima coisa de que ficamos sabendo foi que custava 1.999 dólares.”

4 Edward Snowden não é herói

“Acho que ele infringiu a lei. Então, eu certamente não o caracterizaria como um herói”, diz. Mais adiante, ele acrescenta: “Você não vai ver muita admiração por ele em mim.”

5 Precisamos da energia nuclear

“Se pudéssemos tornar a energia nuclear realmente segura e resolver as questões econômicas e o problema do lixo radiativo, seria o nirvana que queremos: uma solução barata com pouquíssima emissão de CO2. Se não conseguirmos, teremos problemas. O consumo de energia não vai diminuir. A cada ano, de agora a 2010, o planeta vai usar mais energia. Isso significa mais emissão de CO2 a cada ano.”

6 Os impostos deveriam subir nos Estados Unidos

“Quando o nível dos impostos está abaixo de, digamos, 50%, acredito que há espaço para cobrar mais imposto”, diz Gates. “Temos de considerar as obrigações que o estado está assumindo na área de saúde e o custo que isso trará com o tempo”, justifica ele. “Se você espera que o estado faça essas coisas, elas vão exigir dinheiro.”

7 Em 20 anos, quase não haverá países pobres

“Supondo que não haja nenhuma guerra ou algo assim, vamos conseguir pegar até os países costeiros da África e trazê-los até uma situação razoável nos próximos 20 anos. Teremos melhor alavancagem porque o número de países que precisam de ajuda está diminuindo. Países como China e Índia ainda têm problemas, mas eles são autossuficientes. Nos próximos 20 anos, vamos obter ferramentas melhores, novas vacinas, melhor conhecimento sobre doenças e, espero, formas mais baratas de gerar energia.”

Fonte: Revista Exame





A Coleção Filosófica da Editora Objetiva não seria a mesma sem o livro Enigmas da Culpa (2007) do médico e professor gaúcho, Moacyr Scliar. Colaborador nos principais veículos de comunicação do país como Zero Hora, Folha de São Paulo e Revista Veja, o ex-membro da Academia Brasileira de Letras, falecido em 2011, já publicou mais de oitenta livros sobre os mais diversos temas que permeiam o romance, o conto e o ensaio. Mesmo sendo um escritor eclético é na filosofia que ele aborda questões essenciais às respostas que buscamos no dia a dia.

Na presente publicação, que conta com 240 páginas e 14 capítulos, Scliar compara a culpa a um dedo acusador, “implacável, que aponta para nós e não nos dá a mínima chance de defesa”. Segundo o escritor, a culpa é universal e nós, meros mortais, não temos como fugir dela porque a “culpa é um fardo que carregamos”. Na fronte, ela nos enruga formando a última letra do alfabeto grego, o ômega, não por acaso. “O ômega representa o fim: na balança do juízo final a balança da culpa pesará e não a nosso favor”.

A maior parte da obra de Scliar tem no povo judeu um norte para continuar suas reflexões em torno do tema culpa. Ele, como filho de imigrantes judeus, portanto, criado nessa cultura, no Bairro Judeu do Bom Fim, no meio de Porto Alegre, na Rio Grande do Sul da década de 1940, relata que os judeus atravessaram o oceano para começar uma vida nova. Os que vieram, conta, foram os que decidiram lutar. É aí que a culpa aparece. “A culpa dos sobreviventes perseguia, como uma sombra, os imigrantes, do mesmo modo como perseguia depois aqueles que escaparam dos campos de concentração”.

A culpa estava sempre a rodear os judeus do Bom Fim, pois à medida que trabalhavam, ascendiam socialmente e, por consequência, os filhos eram poupados dos sacrifícios que os pais passaram outrora ao ponto de estes, ao ouvirem falar de fome, se questionavam sobre aquela palavra estranha. Os “novos judeus-brasileiros” já não tinham fome, mas tinham culpa, conforme descreve o autor.

No capítulo “De que falamos, quando falamos em culpa?”, Moacyr Scliar afunila o pensamento e explica a diferença entre sentimento e emoção. Com base em estudos, separa os termos e seus significados até concluir que a culpa tende para o sentimento, porque a emoção é transitória, enquanto o sentimento pode durar a vida toda. Neste trecho do livro chega a uma conclusão muito interessante sobre o “sentimento de culpa”

O tema perpassa ainda outros horizontes como a culpa na política; os vários sentidos de culpa; a culpa iluminada pela razão; o sombrio destino dos pecadores; os efeitos da culpa; educando e lidando com a culpa e a culpa na literatura de ficção. Neste, cita autores conhecidos mundialmente como o russo Fiodor Dostóievski (1821 – 1881) escritor de grande sucesso e autor de romances como O Idiota, Crime e Castigo e Irmãos Karamazov. Ao falar de Crime e Castigo, obra que trata de um relato psicológico de um crime, a análise do tema culpa também está bem presente.

As últimas páginas de Enigmas da Culpa são reveladoras e Moacyr Scliar depois de dissecar o tema, fato que ele próprio nega, apresenta o capítulo Lidando com a Culpa, onde relata os benefícios do sentimento de culpa. Não, a culpa não desaparece jamais, pois é um sentimento intrínseco ao ser humano e por isso mesmo nos ajuda a viver e a superar problemas.

O presente livro de Scliar é um trabalho que merece ser lido por todos aqueles que querem conhecer a si mesmo, as próprias limitações e conviver com o outro. Moderno, trata de temas de nossos dias como o estresse e a depressão e mostra a terapia como modo de convivermos com a culpa, mesmo que ela jamais deixe de ser esse dedo acusador. Por fim, o autor comenta vários filmes norte-americanos, entre eles o premiado Gênio Indomável (Good Will Hunting) de 1997, dirigido por Gus Van Sant, e tem Matt Damon como personagem principal. Conforme escreveu, a película apresenta, sob a ótica da psicanálise, nossas expectativas com relação à erradicação da culpa.


Pastoral de Rua e Anjos das Ruas visitam pessoas em situação de rua no Setor Norte Ferroviário 

Pastoral desenvolve ações para amenizar o sofrimento de irmãos nas ruas de Goiânia


Presente na Arquidiocese de Goiânia, a Pastoral de Rua desenvolve trabalhos junto a pessoas em situação de rua em várias paróquias. O objetivo é minimizar o sofrimento dessa população na capital com ações solidárias, por meio de doações de alimentos, vestuário, acolhida e do conforto pela Palavra de Deus.


A Pastoral atua da seguinte forma: são reunidos grupos de dez ou quinze pessoas que preparam lanches e jantares, além de roupas, calçados e cobertores para as pessoas em situação de rua. Nos fins de semana, a Pastoral vai ao encontro delas nos Setores Central, Coimbra, Norte Ferroviário, Campinas.

Pessoas em Situação de Rua

O governo federal utiliza a seguinte definição: “Grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”.

Numa das visitas, a reportagem do Jornal Encontro Semanal acompanhou os Anjos das Ruas, projeto do Setor Juventude em atividade há sete anos. O local visitado, como acontece todas as noites de sexta-feira, foi a Avenida Independência, no Setor Norte Ferroviário. As pessoas já aguardavam o grupo e, quando os Anjos chegaram, já se encontrava ali a Pastoral de Rua da Paróquia Sagrada Família.

Entre uma conversa e outra, o frio chegava, mas havia cobertores novinhos para amenizá-lo; a fome era visível nos rostos de cada um e na forma de se alimentar; enquanto lanchavam, pediam música, conversa, queriam abraços, beijos e atenção. À medida que a noite se estendia, os risos, o som do violão, o alimento, os momentos de oração e a Palavra de Deus levavam aquelas pessoas a se abrir, contar suas histórias e aceitar a amizade daqueles que se faziam tão próximos de suas vidas.

André Francisco
André Francisco da Assunção, 35 anos, é um entre tantas pessoas em situação de rua. Já não se lembra exatamente como foi parar ali, mas conta que veio com os pais do município de Icó (CE) quando tinha apenas seis anos de idade. De lá para cá ganhou as ruas e delas nunca mais saiu.
Consegue serviço provisório em fazendas ao redor de Goiânia, mas logo volta para as ruas. “Quando eu canso da fazenda eu volto”, disse ele. André tem uma irmã em Anápolis, com quem pouco mantém contato. Sua mãe voltou a morar no Ceará e ele sonha em revê-la. “Se eu pudesse eu voltaria a morar com ela,
Igor Rafael 
mas não tenho dinheiro para fazer essa viagem”, conta. Para o coordenador do grupo Anjos das Ruas, o jovem Igor Rafael Pereira da Silva, “o grande motivo para irmos para as ruas é a esperança de que o mundo pode ser melhor e, para isso, precisamos dar passos”.

Maria Gorette Sousa Machado, coordenadora, há cinco anos na
Maria Gorette
Pastoral de Rua na Paróquia Sagrada Família, já testemunhou várias pessoas deixarem a vida nas ruas, fato que gratifica o trabalho desenvolvido ao longo de vários anos. “Nós trabalhamos em parceria com a Comunidade Luz da Vida, responsável pela Casa Bom Samaritano e, diversas vezes, levamos essas pessoas para essa casa de acolhida, a pedido delas mesmo. Temos casos de ex-moradores de rua que vêm às visitas conosco ajudar outros irmãos a mudarem de vida”, comemora.

A Casa Bom Samaritano acolhe pessoas em situação de rua e dependentes químicos. Está localizada no Jardim Helvécia, em Aparecida de Goiânia, tem capacidade para 73 pessoas com idade entre 18 e 60 anos e conta com atendimento ambulatorial, psicológico, assistência social, formação moral, ética e principalmente religiosa, com grupos de oração e catequese. É mantida por meio de doações.

Números

No Brasil, o marco político mais notável foi a assinatura do Decreto Presidencial nº 7.053/2009 que
instituiu a Política Nacional para a População em Situação de Rua, cuja meta é politizar a problemática da rua e buscar superar a visão de que essa população precisa somente de albergues e ações de assistência social. Um único estudo realizado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em 2008, deu conta que no país havia 50 mil moradores de rua em 71 municípios pesquisados, desses, 23 capitais e 48 municípios com mais de 300 mil habitantes. O contingente, porém, alerta o estudo, não pode ser considerado o número total de pessoas em situação de rua.

Goiânia aderiu à Política Nacional em abril de 2013, considerando as estatísticas de óbitos nos últimos anos, em que cerca de 40 pessoas foram assassinadas nas ruas da capital desde agosto de 2012. O Comitê Gestor Municipal ‒ Comitê Pop Rua, tem a finalidade de acompanhar e monitorar a aplicação da Política Nacional para a População em Situação de Rua, e é integrado por representantes da sociedade civil e de órgãos públicos. De acordo com conselheiro do Comitê, Símaro Jordão, as drogas estão bastante ligadas às pessoas em situação de rua, problema que está nas prioridades das ações em Goiânia. “Segundo pesquisas da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, os casos investigados indicam que, aproximadamente 80% das pessoas em situação de rua estão envolvidas com o uso, tráfico ou acerto de contas no mundo das drogas, em especial o crack e nós trabalhamos para mudar esse quadro”.

Depois das ruas, a aprovação em vestibulares da UFG e IFG

Rodrigo Eugelmann
Rodrigo Eugelmann, 24 anos, começou a se envolver com as drogas muito cedo. Aos 15 anos, em São Vicente, sua cidade natal no litoral de São Paulo, ele experimentou o álcool, depois a maconha, para se entregar posteriormente ao crack. Dali foi um pulo para largar os estudos e viver nas ruas. Chegou a Goiânia de carona em um caminhão e passou a viver na Marginal Botafogo perambulando e se drogando. “A dependência química foi o fundo do poço na minha vida”, relatou em entrevista ao Jornal Encontro Semanal.

Sem perspectivas, Rodrigo buscou ajuda e em 2007 conseguiu deixar as ruas. Voltou a estudar e em 2012 foi aprovado nos vestibulares da Universidade Federal de Goiás (UFG) para o curso de Letras: Inglês e do Instituto Federal de Goiás (IFG) para História, mas, por uma pendência de notas no ensino médio não pode tomar posse das vagas.

Hoje, Rodrigo estuda inglês e espanhol e se prepara para um novo vestibular. Agora ele vai prestar o exame da Universidade de Brasília (UnB) para o curso de Comunicação Social: jornalismo. “Para isso eu estudo integralmente porque tenho um objetivo e eu sei que vou alcançar”.

As dificuldades financeiras, porém, são os maiores desafios. Por conhecer poucas pessoas na capital, Rodrigo não tem a quem recorrer, mas ressalta que não está totalmente desamparado. O seu sonho? Que alguém veja na sua história a oportunidade de ajudá-lo a concluir os estudos e que ela consiga alcançar outras pessoas que continuam nas ruas e precisam apenas de apoio.

Pastoral de Rua nas Paróquias
Paróquia Auxílio dos Cristãos
Coordenador: Vicente – 9653-4505 – quinta-feira

Paróquia Sagrada Família
Coordenadora: Maria Gorette – 8599-3627 – Sexta-feira

Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges

Coordenadora: Ivone – 8536-3254 – sábado

ACESSE O JORNAL EM PDF, CLIQUE AQUI