Aprendi na faculdade de comunicação social, jornalismo, que “a sociedade é maior do que o mercado. O leitor não é consumidor, mas cidadão. Jornalismo é serviço público, não espetáculo (Alberto Dines)”; que “só existem duas maneiras de fazer carreira em jornalismo: construindo uma boa reputação ou destruindo uma (Tom Wolfe)”; que o jornalismo “não tem que agradar ao dono, ao político, a nós mesmos. Tem que agradar ao público (Ricardo Kotscho) e ainda que a profissão veio para satisfazer os aflitos e afligir os satisfeitos.

O trabalho de Décio Sá, o jornalista que cobria política para o Jornal O Estado do Maranhão e blogava por conta própria, assassinado covardemente na noite de segunda-feira, 23, no bar Estrela D’alva, na Avenida Litorânea, em São Luís (MA) era dessa linha. Sem dúvida, foi a causa do seu fim. Ele era um encalço na vida de muitos políticos maranhenses que não o suportavam. Bastante lido, admirado e amado por muitos e odiado mais ainda, o seu blog http://www.blogdodecio.com.br/ denunciava desde políticos corruptos a assessores do Tribunal de Justiça do estado.

Seu trabalho, como diz a frase acima, afligia os satisfeitos do Maranhão e isso já estava injuriando poderosos há tempos. O secretário de segurança pública do Maranhão, Aluísio Mendes, suspeita que o assassinato do jornalista tenha ligação com o caso Fernanda Lages. Nos últimos dias Décio vinha publicando reportagens de um possível envolvimento de políticos maranhenses com prostituição de luxo no estado vizinho, Piauí. Segundo as evidências, Lages teria sido jogada de um prédio, de uma altura de oito metros. Ela foi encontrada morta no dia 25 de agosto do ano passado. Para ajudar nas investigações do caso, foi presa sua amiga, Nayra Veloso. Já se sabe que Nayra é conhecida de deputados maranhenses, inclusive um deles bancou advogado para a sua defesa.

Décio publicou sobre Fernanda Lages em seu blog com bastante crítica, como costumava fazer em casos polêmicos. Veja trechos de uma de suas reportagens sobre o assunto. "Pode causar surpresa no meio político local o nome dos dois deputados investigados pela Polícia Federal do Piauí por suposto envolvimento na raparigagem em Teresina desde que estourou o caso da morte da estudante Fernanda Lages. Os dois parlamentares não seriam os que a imprensa maranhense vem informando. Ambos são novinhos, metidos a santinhos, sendo um deles casado. Ai, ai, ai, ai… Tem gente que vai apanhar em casa".

O Maranhão acaba de perder um jornalista combativo e qual a resposta de nossa sociedade? Sem dúvida, a voz de Décio Sá contribuiu para que os poderosos não tivessem mais respeito com o povo maranhense, mas não foi o bastante. Sua carreira terminou precocemente. Não foi calado um jornalista, mas a liberdade de imprensa. 

Quer dizer que é um aviso para os próximos que publicarão sobre os esgotos de nosso estado, país? Jornalismo sem investigação e denúncia não é jornalismo. É relatório. As pessoas devem se manifestar sobre esse triste fim. Não basta os empresários se juntarem para pagar 100 mil reais a quem identificar o mandante do crime, pois de criminosos o país está cheio, inclusive ocupando cargos importantes que guiam nossa sociedade. É preciso mais. O que nossa justiça vai fazer? A sociedade precisa pressionar nossos representantes no legislativo, executivo e judiciário. Esse assassinato não pode mais uma vez cair no esquecimento, sob pena de nós pagarmos futuramente pela omissão com a morte de mais pessoas que lutam todos os dias por uma sociedade mais justa e igual para todos. A morte de Décio Sá reafirma a falência de nosso sistema democrático.


A Revista Bravo da Editora Abril trouxe neste mês de abril de 2012 uma de suas melhores capas desde que assino a publicação. O ator Antonio Fagundes foi fotografado por Daniel Klajmic. Na imagem, ele foi literamelmente banhado por tinta guache vermelha, na qual retrata o pintor expressionista abstrato, Mark Rothko (1903 – 1970), russo (Letônia) que se naturalizou estadunidense.

De acordo com Bravo, foram feitas pelo menos dez fotos até se chegar ao resultado final. “Com uma generosidade acima da média, Antonio Fagundes ofereceu a cara à tinta e nos permitiu errar a mira cerca de dez vezes durante o ensaio que originou a capa desta edição”, contou a publicação na seção Carta da Redação.

O resultado da capa da Bravo está à altura do pintor e suas particularidades: ele era diferente, se auto-identificava um fazedor de mitos, tinha o gênio difícil e não aceitava que sua arte fosse exposta com a de outros artistas que ele fazia questão de rejeitar. Mas por que tinta vermelha sobre o rosto de Fagundes? Essa foi a grande sacada da produção de Bravo.

A cor quente foi bastante usada pelo artista, representa também a intensidade emocional que seus quadros transpassam, mas também vai além e reflete o pensamento de Mark Rothko. É que Vermelho é o nome da peça de John Logan e dirigida por Jorge Takla em cartaz em São Paulo. “Você se orgulha disso, não? De ter pisoteado o cubismo até a morte”, indaga Ken, antevendo a resposta. “Todo filho deve banir o pai”, sentencia Rothko. “Respeitá-lo, mas matá-lo”. Ken é o auxiliar de Rothko que na peça adaptada para o Brasil é interpretada por Bruno Fagundes, filho de Antonio Fagundes. A afirmação de Rothko responde a Ken que havia visitado uma exposição de Pablo Picasso e se encantado com o que viu, mas para Rothko não passava de “arte trágica e supérflua” que fazia parte do passado e deveria ser banida.

A capa de Bravo sintetizou bem o que a jornalista Marília Scalzo, autora do livro Jornalismo de Revista, já explorado neste blog, chama de “resumo irresistível da edição”, ou seja, uma boa revista precisa de uma capa que ajude a conquistar leitores e os convença a levá-la para casa. Bravo explorou na edição de abril o primeiro elemento que pretende a atenção do leitor: uma boa imagem.

E a palavra mágica é: estratégia. Não adianta. Qualquer caminho a percorrer no mundo da comunicação corporativa envolve essa ação. A avaliação do americano Andrew Worob, formado em relações públicas e editor do blog PR at Sunrise, não é uma novidade sobre o assunto “eficácia em comunicação empresarial”, mas um alerta sobre o que venho falando neste blog a respeito do tema.

De acordo com sua análise, as agências de comunicação que mantém canais no Youtube não conseguem fazer os profissionais de redação acessar suas páginas. Em entrevista, Andrew afirmou que muitas agências criam canais no Youtube sem nenhuma estratégia definida e colhem como resultados páginas esquecidas, que não têm os resultados esperados.

“O problema é que a pessoa que trabalha neste projeto não tem conteúdo que vale a pena ser colocado no canal, nem recursos suficientes para fazer um vídeo”, afirmou. O RP dos Estados Unidos ressaltou que esses canais são, na maioria das vezes, atualizados de forma dispersa, sem seguir um roteiro e calendário.


Estreado em 2010 e dirigido pelo inglês Asif Kapadia, o documentário Senna, conta a história do brasileiro, do herói, do campeão, Ayrton Senna, o maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. Para além das pistas, “Senna”, mergulha na pessoa que foi o brasileiro. Humildade, fé, amor ao próximo, carinho especial pelo seu país de origem, vida em família, namoro, estão entre os principais focos do filme.

Kapadia mostra cenas que emocionam. Nas pistas, o piloto que sabe o que quer. “Se você não aproveita as oportunidades para ultrapassar, não vale a pena continuar competindo”. Um jovem honesto e justo que não aceitava as injustiças que o dinheiro comprava no esporte, e um apaixonado a ponto de doar a própria vida por aquilo que era a sua vida.

“Senna”, o documentário, tem início em 1978, quando o campeão brasileiro parte para a Europa para participar de sua primeira competição mundial, ainda no Kart. Naquele momento ele se revela como pessoa e piloto ao mundo. Mais tarde, pouco tempo antes de morrer, ele diria que foi a maior fase de sua vida como piloto. “Era corrida de verdade, sem política, sem o envolvimento de dinheiro”.

O filme mostra um piloto, tri-campeão mundial de Fórmula 1, que sempre foi focado. Para dar evidência a isso, destaca um dos lemas de Ayrton que entraria para a história. “Se você está numa competição de corrida ou dá o melhor de si ou desiste”. Pincela as principais corridas do ídolo brasileiro, passando por Mônaco em 1984, depois 1985 correndo pela Lotus, corrida com chuva que revelaria as proezas de Senna em pista ultrapassando pelas bordas. Em 1988 o mostra correndo pela McLaren e, um dos pontos mais quentes do documentário, seus constantes embates com aquele que seria seu principal rival nas pistas: Alain Prost, além de tantas outras corridas com narração de John Bisignano em inglês e Galvão Bueno em português.

O documentário trata de algumas mortes de pilotos (Elio de Angelis em 1986 e Roland Ratzemberg em 30 de abril de 1994) como se fossem avisos para Senna. De fato, Ayrton se comove e se perturba com os constantes acidentes que se seguem na Fórmula 1. O médico da FIA, Sid Watkins, que considerava Ayrton como um membro de sua família chega a alertar o piloto numa das cenas do documentário, mas Senna responde que “não vai desistir”. Isso a um dia de sua morte.

Senna é um documentário que merece ser assistido por todas as idades, principalmente por aqueles que não viram o piloto nas pistas. O filme mostra o Brasil da época, pobre, com muitos problemas sociais e que tinha em Ayrton a sua alegria, um herói, o orgulho. Mostra um jovem temente a Deus, cheio de vida e justo, sem fazer apologia: o maior trunfo do documentário.


Resenha do livro Jornalismo de Revista, de Marília Scalzo

Jornalismo de Revista é um livro da jornalista Marília Scalzo; experiente editora de revistas, trabalhou principalmente em publicações da Editora Abril. Com 112 páginas e nove capítulos, o seu livro ensina que jornalismo é feito das mais variadas formas, tendo como base o veículo para o qual o profissional escreve. Logo no primeiro capítulo Scalzo questiona: O que mantém uma revista viva? O que causa sua morte? Afinal, o que é uma revista? Questões fundamentais para quem deseja trilhar esse caminho.

Muitas questões, todas esclarecidas em Jornalismo de Revista. Uma revista, responde a autora, “é um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de jornalismo e entretenimento”. Ela também fala sobre o diferencial do jornalismo de revista para outros veículos. “É como uma história de amor com o leitor”, responde a autora citando o editor espanhol Juan Caño. Em outras palavras o jornalismo de revista constrói essa história de amor porque tem foco no público, diferente de outros veículos de comunicação. É criada ao longo do tempo uma relação de amizade entre a revista e o seu leitor, pois é desenvolvida uma relação de confiança e credibilidade.

“Revista é também um encontro entre um editor e um leitor, um contato que se estabelece, um fio invisível que une um grupo de pessoas e, nesse sentido, ajuda a construir identidade, ou seja, cria identificações, dá sensação de pertencer a um determinado grupo”, complementa Scalzo. É justamente por conta dessa relação quase que amorosa que a autora afirma que “quem define o que é uma revista, antes de tudo, é o seu leitor”.

A revista está situada num espaço privilegiada na comunicação social. Está entre o livro e jornal, ou seja, de acordo com Marília Scalzo, revistas não são nem tão profundas quanto os livros e nem tem vocação para notícia diária, “quente”, como o jornal. Segundo ela, a revista “cobre funções culturais mais complexas que a simples transmissão de notícias. Entretêm, trazem análise, reflexão, concentração e experiência de leitura”. A educação e o entretenimento são dois caminhos trilhados pela revista.

O que faz da revista um veículo mais próximo do leitor é a sua definição de público, como dito anteriormente, por isso, a segmentação por assunto faz parte de sua essência. Scalzo vai dizer que “revista tem foco no leitor, conhece seu rosto, fala com ele diretamente. Trata-o por você”.

“Jornalismo de Revista” trata ainda de outras questões fundamentais do veículo que o jornalista precisa conhecer, tais como “capa”, “design”, “pauta”, “relações com a publicidade”, “fotografia”, “linguagem”, entre outros. Todos esses pontos são singulares no veículo revista. São temas que podemos pensar que devem ser tratados igualmente em qualquer veículo de comunicação, ledo engano.

O jornalista de revista precisa entender os pontos citados acima para que ele possa se tornar próximo do leitor. Para cativá-lo, o jornalista precisa entender que escrever em revista não é só levar a informação ao público, mas levá-la com prazer. Em revista, segundo a autora, o bom texto é aquele que deixa o leitor feliz, além de suprir suas necessidades de informação, cultura e entretenimento. Para conseguir esses feitos, antes, o jornalista de revista precisa saber para quem escreve. “Texto de revista, já dissemos, tem endereço certo. Conhecendo o leitor, sabe-se exatamente o tom com que se dirigir a ele”. A luta do jornalista de revista é jamais permitir desvios de leitura. Para isso ele deve evitar lugares-comuns em seu texto, principalmente em reportagens longas. E lembrar sempre: no jornalismo de revista cabe cheiros, cores, descrições, apresentações de personagens, humanização de histórias, dar o máximo de detalhes sobre elas.



A Escola de Marketing IPAM, de Portugal, divulgou um estudo em que aponta Cristiano Ronaldo o jogador de futebol com a imagem mais valiosa do mundo, superando o argentino Lionel Messi. De acordo com os dados, a imagem de CR7 está estimada em 40 milhões de euros (quase 98 milhões de reais) enquanto que a de Messi vale 37 milhões.

O relatório é feito a partir do “Índice de Reputação Esportiva”. Trata-se de uma metodologia científica que pretende avaliar a popularidade e notoriedade de um atleta ou treinador. Os números revelaram que a soma de uma série de fatores como presença na mídia, internet, histórico, entre outros itens o atacante do Real Madrid acumulou 77 pontos na escala que vai de 0 a 100, enquanto que Messi soma 74.

Confira mais dados

Projeção de imagem

CR7 – Facebook – 42 milhões de fãs -

Messi – Facebook – 34 milhões de fãs

Salário por temporada

CR7 – 13 milhões de euros
Messi – 12 milhões de euros

Em citações na mídia e títulos, Messi supera CR7

Messi – 18 títulos coletivos e 3 prêmios Bola de Ouro

CR7 – 10 títulos coletivos e 1 prêmio Bola de Ouro

Para Daniel Sá, diretor da instituição que realizou a pesquisa, é simples. “A vantagem de Ronaldo contra Messi se deve, principalmente, ao estilo irreverente, forte e agressivo do português que contrasta com o perfil mais apagado do craque argentino”, disse.

A mesma escola de marketing divulgou no início do ano um estudo que apontava o treinador José Mourinho, do Real Madrid, como mais valioso do ponto de vista do marketing, superando Josep Guardiola, do Barcelona.