No caderno Cidades do Correio Braziliense de 22 de agosto de 2007, as jornalistas Adriana Bernardes e Helena Mader, tratam de tema atual e muito procurado por leitores do jornal local sobre questões ligadas à conjuntura de moradia em Brasília.

A matéria “Como financiar o lote” tem alto valor no momento e como conseqüência, ponto alto no que diz a interesse público.

O texto divulga basicamente os cálculos de como financiar um lote em Brasília sem sair da negociação perdendo dinheiro. O financiamento está sendo proporcionado, como relata o texto pela Companhia Imobiliária de Brasília (TERRACAP) e Banco de Brasília (BRB). Numa minuciosa simulação por especialistas de economia, a dupla de jornalistas apresenta por meio de uma tabela, os cálculos das prestações e o preço final do lote financiado pelas duas empresas. Sendo que o financiamento de menor valor, num espaço de tempo maior é do Banco de Brasília (BRB).

O ponto forte do texto é sua precisão de informação para os compradores, funcionando como guia. Em comparação com o mesmo tema publicado no mesmo dia no Jornal de Brasília, a do Correio é mais precisa por seus dados estar encadeados de forma seqüenciada em dois valore de lotes, taxas de juros, prazo de financiamento, prestação final, valor final, além de um tira-dúvidas que funciona como uma informação secundária presente no canto da matéria; ao contrário da matéria do Jornal de Brasília que se embasa somente em quatro desses itens.

Em comparação às matérias sobre o mesmo assunto, presentes em outros jornais locais, as autoras mostraram diferença e em conseqüência disso, melhor assimilação do assunto, ao deixar claro para qualquer leitor que saiba interpretar; tanto pela originalidade como pela profundidade, o que resulta como preocupação com o leitor, o que é o mais importante num tema de jornal.


O tema/assunto para a publicação nas páginas de saúde da Revista Veja de 15 de agosto de 2007, reflete um drama raramente visto numa revista semanal brasileira, ou mesmo mundial. A jornalista Adriana Dias Lopes todas as semanas expõe matérias de uma ou duas páginas que vêm trazer para os leitores da citada revista, informações sobre descobertas científicas de novos medicamentos, doenças, curas. Desta vez é publicado o perfil de Marcela de Jesus Galante Ferreira, nove meses de vida, portadora da rara anomalia congênita: a ausência de cérebro.

Numa forma de dizer que todos os homens são guiados por uma estrela, em referência ao brilho de idéias para se viver que o cérebro representa, a matéria traz em seu título a frase: “A menina sem estrela”, a menina que por viver, aliás, vegeta. Pois sem cérebro, apenas tem reações involuntárias.

As ideias secundárias do texto são referentes à defesa do aborto por católicos, evangélicos e espíritas, e a outro caso semelhante que ocorreu na Holanda, mas que, pela opinião pública e a nova legislação do país, teve outro desfecho para o caso: o sacrifício da criança. Num ponto culminante do texto, a autora faz a pergunta a si mesma e ao leitor: “quem é capaz de determinar se uma criança nessas condições merece ou não viver, e por quanto tempo? E de forma conclusiva e efeito impactante, a jornalista contradiz as palavras do pediatra alemão, Roberto Wüsthof, com as de Cacilda e Dionísio, pais de Marcela e católicos fervorosos. Sendo que aquele diz que uma criança sem cérebro é como um computador sem processador, e estes, pelo amor à criança, dizem não se importar com esse pensamento que é apenas científico”.

O texto em si é crítico por si só, mas minha opinião em relação ao fato e aos dois pensamentos sobre o mesmo assunto e ideias da autora, colocadas no texto, é que a eutanásia deve ser combatida. A conclusão do texto foi em defesa deste fim, a favor da vida, independente da situação. A pergunta de Adriana sobre quem pode ou não tirar a vida de um inocente denunciou sua opinião sobre o assunto como defensora da vida sem intervenções. A escrita está bem encadeada, e a opção por humanizar e sentimentalizar cada palavra numa aproximação à família da criança, foi de extrema importância para dar alcance e interesse do texto à diversidade de leitores.